A falta de transparência nos contratos é extremamente prejudicial à indústria, só que é um mal silencioso...

Sabe a frase clichê: "O bom é inimigo do ótimo"?

A parceria vai bem, o número está relativamente bom, e teoricamente não existiriam outras maneiras de se fazer a movimentação interna de forma mais barata e/ou produtiva.

Do outro lado, ano após ano, os líderes de supply chain na indústria são pressionados a diminuir a representatividade do custo da logística de movimentação de materiais no produto final.

Como fechar essa conta?

Existem diversos (e vou citar 2) custos escondidos na mensalidade paga aos operadores logísticos que poderiam ser atacados se a indústria tivesse ciência e visibilidade do processo como um todo.

Antes quero deixar claro que, como costumo dizer, "o cliente no centro" já é uma realidade mas ainda falta visão mais ampla de médio/longo prazo. Operadores logísticos que "apostarem" em pró ativamente entregar toda essa visibilidade para os seus clientes, ainda que isso signifique lucros menores no curto prazo, criarão barreiras sólidas de entrada contra concorrentes que só pensam no próximo contrato, e dessa forma, crescerão de forma perene e exponencial... 

Vamos aos pontos:

• Superdimensionamento de contrato: A experiência mostra que alguns contratos estão superdimensionados e que na prática a operação poderia ser realizada com menos veículos. Eu já toquei no ponto da medição de contratos em outros artigos. Só utilizando uma plataforma para medir a produtividade do operador é que a indústria consegue detectar picos de ociosidade. Já soube de contratos em que 10% das máquinas foram retiradas na renovação. Isso representou alguns milhões de economia ao ano.
• Combustível: Em alguns contratos com operadores logísticos a indústria é responsável por fornecer combustível para a operação. Você sabia que até 8% do volume mensal de combustível utilizado pelo operador logístico pode ser desperdiçado em eventos de marcha lenta prolongada? No dia a dia isso passa despercebido e "já está na conta", porém, se automaticamente a indústria soubesse quanto, quando e onde o diesel está sendo usado sem necessidade, conseguiria rapidamente notificar o operador logístico e diminuir essa conta.

Existem outros custos escondidos que podem e devem ser atacados para equilibrar a balança, e a maneira mais simples de viabilizar essa evolução no relacionamento é com transparência radical entre contratante e contratado. O bom e velho ganha-ganha pode ser levado a outro nível com a ajuda da tecnologia...